sexta-feira, 29 de abril de 2011

Júlia II

O dia amanhece azul e da minha janela eu posso ver pequenas árvores crescendo lentamente, enquanto os prédios estão parados, mesmo que mais evidentes. Então daqui posso ver todos os tons de verde e de castanho que me confortam. Me acomodo na cadeira de couro com meu cobertor - que é curto: ou cobre o peito, ou cobre os pés, mas nada me incomoda, pois todo mundo ama o meu amor. Todo mundo ama o meu amor, minha menina.

Ela cruza a rua e todo mundo perde o céu quando vêem seus pés, que lentamente estavam crescendo, enquanto o céu, antes mais evidente, estava parado. Todo mundo ama o meu amor.

Júlia I

Já não me bastam apelos de dor, canções de amor quando tu resolve emanar teu calor
Queimando minha boca enquanto eu toco teu corpo com meu sorriso.
Juro que tento fazer silêncio, mas as luzes do quarto iluminam menos do que deveriam.
E por que tu me olha como se nunca tivesse me visto? Muito prazer, dança comigo?
Não sei se te afago ou te castigo! Independente disso, já vi chover enquanto era sol
Já vi teu amor me odiar cada vez mais forte. Deixa eu lembrar teu gosto uma vez mais,
Enquanto meu rosto se contorce, minha alma amortece e o dia adormece em paz.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Giz em Lixa: Pássaros Migrando.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Ao Amigo Pedro,

Duas considerações distintas e independentes:

1. Meu amigo de guerra. Irmão de armas por outrora.
Não viste mais sentido nessas nossas linhas de frente
E então, largaste teu fuzil no chão e foste embora.

Mas por acaso não lhe veio, Pedro, a tua mente,
Que sobrevoa e vê do alto, toda essa guerra agora,
Que fuzil no chão é dado ao inimigo de presente?

2.- Como é difícil matar a saudade para ouvir um "adeus".
Contudo, disseste que voaste, e isso me anima, pois sei
Que voar cansa. Ninguém voa o tempo todo meu amigo.
Até mesmo o mais forte falcão necessita deixar pegadas.

Te vejo breve em terra firme, e não precisa explicar.

domingo, 17 de abril de 2011

Do Porque Atrasar.

Por que me atrasei?

É que existe um caminho mais longo para a tua casa,
Por onde eu passo por velhos sorrisos (cafés) que o tempo não fechou
E por velhos sonhos (caminhos) que o asfalto não cobriu,
E não vou mentir: dá vontade de ser. De continuar sendo.

Mas o triste é quando a nossa felicidade não contagia.
Se eu chego atrasado é porque saio de casa atrás de algo para te oferecer, (pois não tenho nada)
Como quem sai a caça. Então me abraça, vê valor na minha demora.
Tempo também passa lá fora: Eu tenho um sorriso para você.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sobre Tuas Boas Intenções

Serviste arroz, carne e feijão
nas melhores das intenções,
mas comida fria e sem sal
não atende o gosto,
nem me mata fome.

O mesmo é quando um pai,
não estando de mãos limpas,
acaricia o filho pela manhã...
ou lhe suja o rosto;
ou lhe suja o nome.

Mas não posso dizer é nada.
Vim aqui com a boa intenção
De cantar alegrias e alvorada,
Saiu da amarga madrugada apenas outra lamentação.

                                                             (Não te atende o gosto
                                                              E só me suja o nome.)

Do Porque Continuar Escrevendo e Cantando

Persistem tantas cores girando no próprio eixo de imensidão.
Que o mundo não seria tão, sem ter, Júlia, uma nova canção.