sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Lobo-guará

Lobo-guará

Olha o lobo-guará perto dum jacarandá!
Olha que força tem esse lobo campeiro.
Tem fome de fruta lobeira, de guarambá.
O lobo-guará tem pelugem de braseiro,
E como chama viva corre pela coxilha.
Longe do cerrado e longe de sua família,
Lobo-guará é sozinho, não tem bandão.
Migrou para o sul, do frio se acostumou,
Seu cerrado virou fazenda, seu rio secou.
Mas lobo-guará uiva porque dói a solidão,
Uiva para lua, pois entende sua condição:
É sozinha no escuro, e hoje, brilha em vão.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Desabafo Sincero IV

Vejo de longe os deslumbramentos falsos
Com triste embrulho no estômago
E forte mágoa no meu âmago,
Pois quero viver vida sobre pés descalsos.

Mantenho distância dos relógios digitais.
Quero viver analogicamente,
Enquanto eu morro lentamente
De causas naturais.

Odeio o óbvio

odeio o óbvio
odobo
db