domingo, 17 de julho de 2011

Tudo é só impressão.

Tudo é só impressão.


Rua. Luzes e sombras sem nitidez.
Na minha visão, tudo é só impressão.
Cambaleando e fraco, só me resta continuar a andar,
Definitivamente. Ou ando, ou espero pela morte.

Preciso me acalmar. Respiro fundo. ...
Ainda sinto teu perfume no meu corpo, no meu casaco.
Ainda ecoam teus gemidos no meu ouvido,
Que vão ganhando volume para abafar o caos da rua.
Mas já sem forças, caio no chão.

Caio de joelhos. De quatro no mundo.
Já que não há mais forças nas pernas, procuro nas mãos,
Mas entre meus dedos ainda resta 
O peso dos teus cachos. Do teu lindo cabelo.

Alguém precisa me ajudar! Tento gritar por socorro,
Mas não há grito na minha boca.
Mudo e fraco percebo:
Na minha boca só resta o gosto doce
Do chá, com o qual tentaste me envenenar.

Tudo é só impressão.
Ou ando, ou espero pela morte.        

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