Havia cansado de ser um sonhador amargurado.
Sem sorte, acorrentado ao demérito passado.
Sozinho, vendo as plantas murcharem ao redor.
Resolvi transformar a poeira do tempo em suor.
Certo dia abri a janela, ouvi cidade adormecida.
E o silêncio que ecoava por cada rua e avenida.
E vi ali meu palco, e meu público tão disperso.
Corri de peito aberto e na rua me fiz submerso.
Andei por tantos litorais capturando só a beleza.
Cantei tudo aquilo mais alto, só para ter certeza.
Gastei a ponta dos meus dedos em corda de aço.
Criei calos nas mãos aperfeiçoando o meu traço.
Penei no compasso, e do bagaço de uma laranja.
Tentei cantar a força que a simplicidade esbanja.
Mas que valor isso tem aos teus ouvidos?
2 viajante(s):
Valor de identidade. Bueno!
olha! tu resolveu postar! gosto desse =}
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